Francisco Alison Ramos da Silva (Doutorando em Letras – UFC)
O corpo doente, ou morto, é uma constante no teatro de Sófocles, não
apenas porque suas peças são trágicas, mas também, e principalmente,
porque essa parece ser a sua maneira mais imediata de representação do
páthos. As situações dolorosas em que se veem
as suas personagens conduzem a sua poesia para outras realidades, em
que o humano, destituído e restituído pela linguagem, percebe-se refém
de suas misérias. Estas, experimentadas no corpo (aos pedaços), apontam
para um saber (sophía) que, apesar de se posicionar nas contingências da
linguagem humana, aponta para uma “linguagem” universal que se faz
natureza (phýsis). N'As Traquínias, é no corpo de Héracles que vibra uma
centelha do fogo de Heráclito, cujo devir passa também pelo rio das
idades de Dejanira.
PALAVRAS-CHAVE
Corpo; sofrimento; linguagem; As Traquínias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário