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domingo, 2 de novembro de 2014

Palestra - Mesa Pesquisadores José Saramago

 
Denise Noronha Lima

É doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará, com área de concentração em Literatura Comparada, onde desenvolve uma pesquisa sobre a relação entre literatura e memória, com ênfase na obra de José Saramago. Possui graduação em Licenciatura Plena em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (1994) e mestrado em Letras pela Universidade Federal do Ceará (2002). área de concentração em Literatura Brasileira. É professora assistente da Universidade Estadual do Ceará, onde ingressou em 1995.

Palestra: CALIGRAFIA DE UM ESCRITOR: A FORMAÇÃO DO ROMANCE DE JOSÉ SARAMAGO

RESUMO:
A notoriedade do escritor português José Saramago (1922-2010) teve início em 1980, com a publicação do romance Levantado do Chão, dois anos antes de sua verdadeira consagração, com Memorial do Convento (1982). Para muitos leitores, este é o início de uma trajetória de êxito literário, só interrompida com a morte do autor, em 2010. Houve, no entanto, uma fase anterior e pouco conhecida, caracterizada por duas experiências diferentes no romance, separadas por um intervalo de três décadas: Terra do Pecado (1947) e Manual de Pintura e Caligrafia (1977), além de Claraboia (2011), escrito na década de 1950 mas publicado postumamente. Nossa proposta é apresentar essas narrativas como exercícios de formação do romance de José Saramago, cujo exame abre novas perspectivas sobre o restante da sua obra.

O GRANDE APRENDIZ: JOSÉ SARAMAGO VIT POUR DIRE QU'IL EST
Francisco Wilton Lima Cavalcante (Mestrado/UFC)

Quando, em 1975, José Saramago (1922-2010) perdera seu emprego no Diário de Notícias e vira-se forçado a tomar a “grande decisão” de sua vida: tornar-se escritor, contava já quase sessenta anos, e certamente não imaginava que se firmaria como um dos grandes romancistas do século XX. Cultivando de forma particular os gêneros e tendências artístico-culturais, descobriu, revisitou seu percurso literário e nos mostrou os movimentos de desenvolvimento de sua obra, que compreende, desde a primeira publicação – Terra do pecado (1947) –, até a última, em vida – Caim (2009) –, mais de sessenta anos de produção. Num momento de extrema sinceridade, a 6 de maio de 1994, ele escreveu em seu diário, Cadernos de Lanzarote (1997), que “on vit pour dire qui on est” – “vivemos para dizer quem somos”. Essa necessidade de dizer quem ele é levou-o a afirmar constantemente que, em sua literatura, estão impressas as marcas de sua vida; e que o leitor, ao adentrar o universo ficcional do escritor, não procura ler o romance, mas o romancista. Esta breve comunicação tem o intuito de refletir a respeito de sua obra e dialogar com o que nela há do próprio Saramago, com destaque para as “passagens” ficcionais e pessoais decisivas dessa trajetória.

Palavras-chave: Literatura Portuguesa. Romance. Memória.

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