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sábado, 5 de abril de 2014

RESUMO: A paixão segundo G.H.: 50 anos


RESUMO: A paixão segundo G.H.: 50 anos
Por Prof. Wesclei Ribeiro da Cunha 

Na esfera da produção ficcional de Clarice Lispector (1922-1977), A paixão segundo G.H. (1964) representa um patamar. Verifica-se, nesta obra, o sofrido resultado das indagações pessoais da escritora com relação ao contraste entre transcendência e imanência, na medida em que G.H. vislumbra, da existência, a autenticidade. Nesse sentido, após 50 anos desta importante narrativa para a Literatura Brasileira, propomos uma reflexão sobre a atualidade da poética clariceana dentro dos estudos comparativos, haja vista que a poética clariceana representa, com peculiar sensibilidade, a angústia contemporânea, os tormentos existenciais e psicológicos que a condição humana vivenciou no conturbado e catastrófico século XX, marcado pelas guerras mundiais e pelo conflito global entre as principais potências político-econômicas do planeta. Pela primeira vez, em sua produção literária, Clarice Lispector dirige-se a “possíveis leitores”, de “alma já formada” (antes mesmo de iniciar a narrativa). Convite instigante ou provocação? Cumpre, pois, desafiarmo-nos a enfrentar esta “agônica travessia”, de “alegria difícil”, na qual é possível verificar o caráter místico, o essencial, que seria desenvolvido à semelhança de experiência do Cristianismo, ainda que ao revés. Desta forma, a leitura dessa narrativa exige do leitor perspicaz aproximação, pois G.H., ao longo dessa profunda experiência mística, angustia-se por ter conhecido outra possibilidade de leitura do mundo.

Palavras-chave: Poética, Literatura Comparada, A paixão segundo G.H.


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