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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Encontros, acervos e memórias (jornal O Povo de 17.04.2013)




O escritor e pesquisador Gilmar de Carvalho faz a conferência de abertura da 30ª edição dos Encontros Literários Moreira Campos, hoje, no auditório José Albano, na UFC


Quem foi estudante de um curso da UFC, sediado no Benfica, durante as décadas de 80 e início dos anos 90, tem na memória os Encontros Literários comandados pelo professor e contista Moreira Campos (1914-1994). Ele mesmo recebia os convidados no auditório José Albano. Eram pesquisadores, escritores, personalidades do mundo das letras e amigos do escritor como o filólogo Aurélio Buarque de Holanda e o crítico literário Afrânio Coutinho. A plateia, formada na sua maioria, por estudantes, às vezes, se esparramava até pelas janelas do auditório. Os Encontros Literários Moreira Campos carregam, agora, o nome do mestre e hoje estreiam a 30ª edição com palestra do escritor e pesquisador da cultura, Gilmar de Carvalho.

“Nós estamos tentando retomar o espírito dos encontros”, afirma a professora Odalice de Castro, ex-colega de Moreira Campos, no departamento de Literatura da UFC e atual coordenadora da edição de 2013. O “espírito” a que ela se refere deve-se ao caráter “multifacetado” que norteará a nova edição dos Encontros Literários, herança do próprio mestre Moreira Campos. A temática desta edição estará ligada à memória literária e cultural e abrangerá a cidade, a literatura e as artes plásticas. Na comissão organizadora, uma das participantes é a professora Neuma Cavalcante, curadora do Acervo do Escritor Cearense da UFC.

Segundo Odalice de Castro, a escolha dos conferencistas dialogam diretamente com a proposta de valorizador o patrimônio cultural de Fortaleza. Do escritor e pesquisador Gilmar de Carvalho, convidado para inaugurar a nova fase dos encontros, a professora afirma que ele é “um importante personagem tanto para a universidade, quanto para a memória da cultura e da literatura de Fortaleza”. Além disso, ela pontua que os encontros ficarão marcados por uma relação estreita entre o jornalismo, a história e a literatura. “A vida literária de Fortaleza tem início no jornalismo”, conclui a professora.

Gilmar de Carvalho é também um dos autores que compõem o Acervo do Escritor Cearense, da UFC, ao lado de Moreira Campos, Natércia Campos e Antônio Girão Barroso. Hoje à noite, durante os encontros literários, ele assina documento que formaliza a doação de parte de seu espólio pessoal ao Acervo. Ele entende que a UFC é o lugar ideal para cuidar dos seus registros, “não como depósito, mas como estimulador de pesquisas que poderão fazer deste material algo vivo, que se atualize e permaneça”, afirma. Ao todo, o pesquisador doou mais de 10 caixas com originais de livros, recortes de jornais, entrevistas, anotações e continua alimentando o acervo. “Fico feliz quando volto lá e vejo tanta gente séria debruçada sobre o material”, constata Gilmar.

A professora Neuma Cavalcante confirma que o Acervo do Escritor Cearense é um novo lugar de memória da cidade. “Não apenas um lugar que guarda, mas que permite e contribui para a produção de novos conhecimentos”, explica. Os documentos dos autores podem gerar pesquisas sobre a cidade, a sociedade, a imprensa e a leitura. Para ela, os Encontros Literários Moreira Campos manterão um diálogo constante com essa memória.

SERVIÇO

Encontros Literários Moreira Campos
Quando: hoje, às 18 horas. 
Os encontros acontecem sempre às quartas-feiras, no mesmo local e horário.
Onde: No auditório José Albano, na entrada no Campus de Humanidades da UFC, à rua Juvenal Galeno, 2378. Aberto ao público. 
Entrada gratuita
Outras informações:
http://encontrosliterariosmoreiracampos.blogspot.com.br/

Saiba mais

O Acervo do Escritor Cearense recebe pesquisadores na Avenida da Universidade, nº 2683, bloco 4. Para pesquisas, o agendamento deve ser feito pelo telefone 9714.1915 ou pelo email acervodoescritorcearenseaec @yahoo.com.br

A professora Adelaide Gonçalves, historiadora, faz conferência na próxima quarta-feira, dia 24, sobre o tema: “Memórias da leitura de constetação e rebeldia”.


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